segunda-feira, 4 de julho de 2016

República do Café- com- Leite- O Funding Loan e o Convênio de Taubaté

Charge da época, satirizando o presidente Campos Sales e o Funding Loan.
O Funding Loan


Durante o governo de Campos Sales (1898-1902), o presidente e seu ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho, conseguiram renegociar a dívida brasileira com banqueiros ingleses, obtendo mais recursos e novos prazos de pagamento. mental, de âmbito externo, estava ligada as tentativas de restabelecer o equilíbrio financeiro do país, tentando aliviar as pressões exercidas pelos credores ingleses sobre o governo brasileiro.Como garantia aos bancos estrangeiros, o governo brasileiro deixou a renda da Central do Brasil e da Central das águas do Rio de Janeiro. 
Essa ação governamental, de âmbito externo, estava ligada as tentativas de restabelecer o equilíbrio financeiro do país, tentando aliviar as pressões exercidas pelos credores ingleses sobre o governo brasileiro.

O Convênio de Taubaté

Ao final do governo Rodrigues Alves (1902-1906) ocorre uma crise de superprodução de café. Com o aumento descomunal da oferta o preço do café cai cada vez mais.
Alarmados com a queda dos lucros, os cafeicultores de São Paulo, Minas gerais e Rio de Janeiro se reúnem na cidade de Taubaté para discutir a situação. Fica decidido que os governos estaduais deveriam contrair empréstimos no exterior e adquirir a parte da produção que excedia o consumo de café no mercado internacional e portanto não era vendida para o exterior. Assim a oferta, isto é, a quantidade de café, a ser vendida para o exterior ficaria regulada e o preço poderia ser mantido favorável aos cafeicultores. os empréstimos dos governos estaduais seriam garantidos pelo governo federal e o café comprado pelo governo seria armazenado para ser vendido posteriormente, quando (teoricamente) os preços voltassem a subir,

É interessante observar que todo o ônus desse aumento das despesas do governo em benefício da elite cafeicultora é bancado pela população, através de impostos, taxas, aumento de preços, redução dos gastos públicos sociais (os quais já eram bem pequenos). Os jornais da época ironicamente chamam o acordo de "socialização dos prejuízos".

No governo seguinte, de Afonso Pena/ Nilo Peçanha* (1906-1909), procurou-se fortalecer o poder central e diminuir a influência das oligarquias estaduais, inclusive com a organização de um ministério composto por jovens políticos (conhecido na época como “Jardim de Infância”). Apesar do projeto de governo mais amplo, nunca deixou-se de pensar  e de comprometer-se com os interesses dos cafeicultores.
 Uma das principais ações desse ministério foi estender a outros estados  os privilégios até então concedidos unicamente a São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais pelo Convênio de Taubaté. Esse mecanismo financeiro ficou conhecido como Caixa de Conversão.
 O mecanismo econômico da Caixa de Conversão mantinha o câmbio (ou seja, valor) do mil-réis (a moeda brasileira da época) sempre baixo, o que aumentava os lucros dos fazendeiros, que recebiam dinheiro estrangeiro valorizado ao vender seus produtos.

*Observação: O presidente Afonso Pena veio a falecer antes do término do mandato, sendo substituído pelo vice- presidente Nilo Peçanha, o qual era oriundo do Rio de Janeiro, da cidade de Campos dos Goytacazes. 

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